Ir para Tóquio já era por si só motivo de muita expectativa e orgulho de mim mesma. Expectativa por saber que estaria naquele país que tanto despertara a minha curiosidade nos tempos de adolescente em Mogi das Cruzes, cidade onde nasci, e onde convivi com tantos amigos nisseis (filhos de japoneses) que me permitiam vivenciar em suas casas um pouco das tradições japoneses e estilos de vida. Vivências que me fizeram admirar, respeitar e almejar um dia poder visitar o Japão. E, sinto orgulho de mim mesma por ter conseguido, enfim, realizar este grande sonho de adolescente.
Empolgada ao extremo, meu coração e alma vibravam intensamente. Entretanto, mal sabia eu que para além destas emoções eu teria uma extraordinária surpresa: a de encontrar na terra do sol nascente um dos meus professores que impactaram o meu futuro a partir dos 60 anos, por tantos estímulos que trouxe à minha trajetória educativa e profissional na área do jornalismo e da longevidade intencional: o Professor e Jornalista Daniel Nunes Gonçalves.
O surgimento da possibilidade de nosso reencontro não poderia ser mais improvável, nem mais mágica. Estava eu imersa em dias ensolarados em Sydney, Austrália, planejando minha aventura solo pelo Japão, quando descobri que Daniel estaria em uma expedição à ilha japonesa de Hokkaido. Por meio de um doce intercâmbio de mensagens confirmamos o que parecia ser impensável: nossas agendas no Japão coincidiriam em Tóquio.
Após ter percorrido a ilha de Okinawa, Osaka e a cidade de Kioto, dirigi-me a Tóquio com muita expectativa pelo que iria conhecer e pelo inesperado reencontro que teria com meu querido professor.
A alegria transbordou meu peito, inundando-me com memórias carinhosas da época em que o Professor Daniel partilhava conosco seu vasto conhecimento sobre jornalismo de viagem.
Marcamos uma data e escolhemos um ponto de encontro especial e alinhado ao nosso espírito explorador com a atmosfera vibrante e frenética de Tóquio. Selecionamos o famoso cruzamento de Shibuya para nos encontrarmos.
Na data e horário marcados meu coração palpitava de emoção enquanto eu aguardava Daniel no famoso cruzamento de Shibuya. Havia anos que não o via desde que eu fora sua aluna no curso de Jornalismo de Viagem, em 2017, na Fundação Casper Líbero, em São Paulo.
E ali, no meio da agitação de uma das interseções mais movimentadas do mundo, o tempo pareceu suspender-se por um momento quando avistei Daniel entre a multidão. Meu coração acelerou. Foi como se o passado e o presente se fundissem em um só instante repleto de alegria.
Abraçamo-nos e celebramos o nosso inesperado reencontro cruzando várias vezes Shibuya registrando o nosso momento com muitas fotos, risos e vídeos.
Naquele dia e nos outros dois seguintes, Daniel não apenas compartilhou comigo seu apaixonante programa de exploração por Tóquio, mas também me incluiu em sua jornada pessoal de descoberta e aprendizado.
Meu Querido Professor
Como uma Exploradora 60+ apaixonada por desafios e novas amizades, sempre colho de minhas viagens experiências marcantes e inspirações para meu trabalho e condução de minha longevidade. Entretanto, encontrar meu querido professor, tão distante de casa, foi como descobrir um tesouro escondido em meio ao vasto oceano da vida.
Daniel Nunes Gonçalves é mais do que um jornalista renomado; ele é um contador de histórias, um arauto da cultura e um guia generoso em uma jornada de descobertas.
Jornalismo de Viagens, Narrativas Afetivas e Turismo Responsável estão no âmago do trabalho de Daniel, Seus feitos e conquistas, que incluem a criação de cursos inovadores, palestras, a gestão da Editora Same Same but Different e prêmios de prestígio internacional, são reflexos de sua paixão incansável por desbravar o mundo, ensinar e por compartilhar suas experiências de maneira autêntica, didática e impactante.
Durante três dias inesquecíveis, percorremos locais fascinantes de Tóquio: dos bairros tradicionais aos distritos modernos, dos santuários históricos aos restaurantes de iguarias que só encontramos no Japão. Cada momento foi uma celebração da vida, da nossa amizade e da beleza do mundo que nos rodeia. Neste artigo partilharei 10 das experiências marcantes que tive em Tóquio ao lado de Daniel a fim de que você possa sentir-se inspirado a conhecer cada uma delas.
10 Experiências em Tóquio recomendadas por Daniel Nunes Gonçalves
Tóquio é uma metrópole efervescente que pulsa com vida e cultura cativante a inspirar viajantes de todo o mundo. Ao lado de meu querido professor, percorrer a icônica capital foi uma experiência sem precedentes em minha vida exploradora.
Visitamos inúmeros locais emblemáticos, mergulhamos na culinária local e imergimos na rica tradição e modernidade que definem esta cidade icônica.
Conheça Tóquio ao nosso lado!
1 – O icônico Cruzamento de Shibuya
Como mencionei, ao nos encontrarmos vivenciamos o icônico cruzamento de Shibuya, uma imagem que ressoa em todos que almejam conhecer o Japão.
Este cruzamento é uma sinfonia de movimento, com cinco faixas de pedestres sincronizadas que desencadeiam uma maré humana a cada mudança de semáforo.
No vídeo acima, veja o cruzamento Shibuya e outras atrações de Tóquio mencionadas neste artigo.
Shibuya é uma região especial de Tóquio. Um dos principais centros comerciais e financeiros do mundo, abriga as duas estações mais movimentadas do mundo: a Estação de Shinjuku e a Estação de Shibuya.
Entre os edifícios imponentes e as lojas da região Shibuya, encontramos a comovente estátua de Hachiko, símbolo da lealdade e amizade inabalável, que nos recorda uma história comovente de devoção.
A estátua é muito famosa pelo simbolismo que representa, a amizade e fidelidade de um cachorro ao ser humano. Ele conta a história real de Hachiko, o cão da raça Akita Inu que continuou esperando pelo dono em uma estação de trem no Japão muito tempo depois da morte dele.
Durante 10 anos, continuou indo à estação todas as tardes para esperar o retorno de seu dono da universidade como havia feito durante sua vida.
Sua história já foi lembrada de diversas maneiras, inclusive em filmes, como o protagonizado por Richard Gere em 2009, chamad no Brasil de Sempre ao Seu Lado.
2 – Um banquete no Asakusa Kobe Beef Daia Kannon-dori
Claro que não podíamos deixar de mergulhar na culinária japonesa no Asakusa Kobe Beef Daia Kannon-dori.
Sob a orientação de um talentoso chef argentino, desfrutamos do incomparável kobe beef em uma experiência culinária que despertou todos os nossos sentidos.
A carne de vaca do gado Wagyu é uma marca registrada registrada no Japão.
“Introduzidos como animais de trabalho na indústria de cultivo de arroz durante o século II, os Tajima-gyu ficaram isolados de outras raças, escondendo-se na paisagem montanhosa do Japão em pequenos bolsões de terra cultivável. Diz-se que esse isolamento é responsável por um sabor e uma textura totalmente exclusivos, que descrevem o Kobe beef como a melhor carne em termos de sabor, maciez e grandes quantidades de gordura intramuscular.” Kobe Jones.com.au
Quando se fala em Kobe Beef logo vem à mente a informação de se trata de um produto requintado, caro e delicioso. E, ainda, a tão famosa e elogiada marmorização de sua carne, que a deixa macia e rica, verdade que pudemos comprovar no Asakusa Kobe Beef Daia Kannon-dori.
Ao degustarmos esta preciosidade da alimentação japonesa, nos veio a lembrança, também, a lenda que envolve o bife Kobe sobre vacas serem criadas ao som de música clássica, massagens com saquê e dietas à base de cerveja. Segundo informações constantes no site Kobe Jones, da Austrália, algumas das muitas lendas que envolvem o Kobe Beef são apenas histórias que ganharam vida própria, porém, mas esses três exemplos Música Clássica, Massagens e Dieta à base de Cerveja são de fato baseados em alguma verdade. Apaixonante lembrar que tive esta experiência exclusiva ao lado de Daniel.
3 – Um momento de serenidade com a Cerimônia do Chá Jugetsudo
No endereço Kabukiza Tower 5F, Ginza, em Tóquio, experimentamos o ritual fascinante da cerimônia do chá em uma tranquila e exclusiva sessão privada no Jugetsudo – Maison de Thè Japonais.
Servidos por uma gentil e bela senhora em traje típico japonês, testemunhamos os rituais elegantes que cercam essa tradicional cerimônia japonesa, mergulhando na arte e na serenidade do chá japonês.
Admiramos os elegantes rituais, vimos como o chá é preparado, misturado e costumeiramente apresentado aos convidados numa série de gestos suaves e típicos desta cerimônia. Desta vez, nós tivemos a honra de ser os destinatárias de toda esta reverência.
Foi uma experiência inesquecível em Tóquio. Ficará marcada para sempre em minha memória.
Dômo arigatôgozaimasu!
4 – Takeshita Street – Uma incursão na modernidade de Harajuku
A Takeshita Street é uma ruazinha de 400m em Harajuku, que reúne o público jovem e algumas coisas bem diferentes do Japão.
Fomos imersos em uma atmosfera moderna pois a rua é repleta de lojas e cafés que refletem a vibrante cultura urbana de Tóquio.
Enquanto caminhávamos pela Takeshita Street em Harajuku, ouvíamos músicas da minha banda favorita, Queen, quando, para minha surpresa, encontramos uma loja especial com produtos deste querido grupo musical.
Naqueles dias, a banda Queen fazia a segunda turnê pelo Japão, razão pela qual a ouvirmos suas músicas em destaque na Takeshita Street. Amei!
5 – Itoya em Ginza: O paraíso da Papelaria
Em meio a tantos lugares incomuns, Daniel levou-me a uma loja para lá de surpreendente. Os doze andares da Itoya, na região de Ginza, é bem uma utopia para os amantes da papelaria, onde cada andar revela tesouros de cadernos, papéis, canetas, postais, lápis, origamis e muito mais.
Conheça um pouco da história desta loja única no mundo, Itoya:
“Em 1904, a história de Itoya começou quando o sempre curioso fundador – Katsutaro Ito – encontrou pela primeira vez itens de papelaria. As papelarias estavam chegando ao Japão em um momento de grandes mudanças. Querendo apresentar essas papelarias ao maior número possível de japoneses, Katsutaro teve a ideia de abrir uma loja em Ginza – então uma parte promissora de Tóquio – e, por meio de papelarias, trazer o estilo de trabalho eficiente do Ocidente, o que aumentaria o potencial futuro dos japoneses. Desde então, sua curiosidade foi herdada por nós em Itoya, onde continuamente descobrimos e oferecemos ideias e ferramentas que trazem facilidade para a vida de alguém, especialmente sua vida criativa, bem como “novo valor um passo à frente dos tempos”. “ Itoya
6 – Nihonbashi: O Coração Comercial de Tóquio
A nossa jornada tão ricamente sugerida por meu querido professor Jornalista Daniel Nunes Gonçalves nos levou à animada região de Nihonbashi.
“Nihonbashi é um distrito comercial de Chūō, Tóquio, Japão, cresceu em torno da ponte de mesmo nome que liga os dois lados do rio Nihonbashi nesse local desde o século XVII. A primeira ponte de madeira foi concluída em 1603. A ponte atual, projetada por Tsumaki Yorinaka e construída de pedra em uma estrutura de aço, data de 1911. O distrito abrange uma grande área ao norte e a leste da ponte, chegando a Akihabara ao norte e ao rio Sumida a leste. Ōtemachi fica a oeste e Yaesu e Kyobashi ao sul. Nihonbashi, juntamente com Kyobashi e Kanda, é o núcleo de Shitamachi, o centro original de Edo-Tóquio, antes do surgimento de novos centros secundários, como Shinjuku e Shibuya.” Wikipedia
Daniel e eu exploramos o famoso bairro batizado em homenagem à simbólica ponte que atravessa o canal, testemunhando a fusão de tradição e modernidade, como pudemos ver no Yakuso Shrine (abaixo), um templo de tradicional encrustrado entre edifícios modernos e muita ostentação.
7 – Yakuso Shrine: Um templo dedicado à Saúde e Cura
No Yakuso Shrine, em Nihonbashi Honcho, encontramos um santuário dedicado à saúde e cura, testemunhando a sinergia única entre a tradição e a modernidade que permeia a cidade de Tóquio.
O santuário está localizado no Jardim Fukutoku, rodeado por edifícios altos com uma estética moderna e de design japonês, típica desta cidade cheia de tradição e energia.
8 – Ginza: beleza, luxo, gastronomia e maior UNIQLO do mundo
Ginza é um distrito de Chuo, Tóquio, localizado ao sul de Yaesu e Kyōbashi, a oeste de Tsukiji, a leste de Yūrakuchō e Uchisaiwaichō e ao norte de Shinbashi. Wikipedia
É conhecida como a área luxuosa de Tóquio, com inúmeras lojas de departamento, butiques, restaurantes e cafés. Ginza é reconhecida como um dos distritos comerciais mais luxuosos do mundo.
Com um dos m² mais caros do planeta e com a presença das principais marcas do mundo, como Louis Vuitton, Rolex, Dior, Channel e Salvatore Ferragamo.
Sempre que posso visito a loja UNIQLO nos países que visito pois reúne roupas e acessórios excelentes com preços ótimos. Nem imaginava que tratava-se de uma marca japonesa e que a maior loja do mundo estava em Ginza. Foi mesmo uma experiência visitar a sua maior loja, testemunhando a convergência de moda e inovação em seus doze andares.
Tivemos, também, uma deliciosa vivência gastronômica em Ginza.
Deliciamo-nos com autêntico sushi no Sushi Banya Ginza, saboreando os sabores frescos e a maestria culinária que define a culinária japonesa.
9 – Teatro Kabukiza: O tradicional teatro japonês
Posso dizer que sou uma viajante experiente e, como necessário planejo o que pretendo conhecer e explorar nos destinos para os quais me dirijo. Há as atrações e locais de visita obrigatória e há, também, aqueles que descubro em minhas andanças e de minha interação com as pessoas locais, que ao final se convertem nas mais surpreendentes e marcantes da viagem. Para esta minha viagem ao Japão é claro que havia organizado uma lista do que ver e fazer. Uma lista que não chegava aos pés daquela que Daniel me apresentara, as quais agora apresento a você.
Uma das atrações que mais me surpreenderam, e que nem imaginava experimentar enquanto organizava minha viagem ao Japão, foi assistir um espetáculo de Kabuki. Daniel propôs-me o convite o qual aceitei de imediato.
Fomos ao Teatro Kabukiza, e testemunhamos o espetáculo artístico de kabuki chamado Yoru Enbe, em 3 atos: uma atração memorável que lembrarei para sempre.
Kabuki é a forma de entretenimento enraizada na tradição japonesa, mas que continua a encantar e cativar até os dias de hoje.
Cada ideograma da palavra “kabuki” (ka, bu e ki) significa respectivamente, canto, dança e habilidade. Dessa forma, podemos dizer que o kabuki é “a arte de cantar e dançar”. O espetáculo se originou em 1603 e é encenado apenas por homens, que se fantasiam de mulheres caso necessário. Esses artistas utilizam uma maquiagem altamente estilizada.
“Acredita-se, de fato, que o kabuki derive do verbo kabuku, significando aproximadamente “ser fora do comum”, donde se depreende o sentido de teatro de “vanguarda” ou teatro “bizarro”. A sua origem remonta ao início do século XVII, quando se parodiavam temas religiosos com danças de ousada sensualidade. No ano de 1629, esse tipo de teatro foi proibido pelo governo. O espetáculo passou a ser encenado então por rapazes que interpretavam papéis femininos. Contemporaneamente, o teatro kabuki tornou-se um espectáculo popular que combina realismo e formalismo, música e dança, mímica, encenação e figurinos, implicando numa constante integração entre os atores e a plateia.” Wikipedia
10 – Em Tóquio não podíamos deixar de ter um encontro tecnológico ao lado de robôs e com muita comida boa no Pepper Parlor
A nossa jornada em Tóquio tinha de incluir uma experiência verdadeiramente única no Pepper Parlor, uma cafeteria/restaurante onde humanos e robôs colaboram para oferecer uma excepcional recepção, proporcionando um vislumbre daquilo que o futuro nos reserva.
Os robôs do Pepper Parlor não apenas “trabalham” no recebimento de pedidos dos clientes, mas também interagem com eles nas mesas. Respondem nossas perguntas e falam sobre assuntos aleatórios.
Foi, realmente, muito animado e curioso termos novo amiguinho ao nosso lado, sempre muito atento à nossa conversa, manifestando-se a todo instante como uma criança que quer participar da conversa. Hahahah! Nem sempre entendeu o que falávamos com ele e o papo mudava de rumo. Foi bem divertido.
UMA JORNADA APAIXONANTE EMOLDURADA PELOS LAÇOS DA AMIZADE E DO AMOR PELAS VIAGENS
Ao final deste artigo afirmo que a nossa jornada de três dias em Tóquio foi envolvente, educativa e inspiradora. Permitiu-nos sentir uma fusão de experiências proporcionadas pela sinfonia de contrastes entre o antigo e o moderno, o tradicional e o inovador presentes na capital do Japão. Em cada esquina, encontramos uma nova faceta dessa cidade fascinante, deixando-nos com memórias que perdurarão em nossas mentes e corações e uma profunda apreciação pela riqueza e diversidade da cultura japonesa.
E enquanto me despeço das lembranças de Tóquio, carrego comigo não apenas imagens preciosas, mas também uma profunda gratidão pella magia dos encontros inesperados e pelo poder transformador que as viagens nos concedem.
Agradeço Daniel por mais esta presença na construção de minha longevidade ativa. Obrigada por ter alimentado ainda mais o meu amor pelo Jornalismo de Viagem e por ter sido meu companheiro de uma das experiências mais memoráveis da minha vida de exploradora 60+.
Espero que você tenha gostado e se inspirado nestas “10 Experiências Excepcionais em Tóquio ao lado do Jornalista de Viagens Daniel Nunes Gonçalves”.
Você poderá gostar destes artigos que escrevi sobre as entrevistas que realizei em Okinawa: